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Período de seca ameaça setor elétrico e preço da energia volta ao teto

Governo prevê reservatórios abaixo do racionamento de 2001 e consumo em alta

A perspectiva de secas mais longas e atrasos na estreia do período chuvoso pressiona o preço da eletricidade negociados no mercado livre e desafia a gestão do abastecimento no país. O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) reduziu a sua estimativa de chuvas que chegarão aos reservatórios das hidrelétricas neste mês, para patamares bem abaixo da média histórica, em todas as regiões, exceto o Sul. A estiagem do ano passado já levou as represas os menores níveis desde 2001, ano do racionamento. Mas as projeções apontam para um quadro ainda pior aos da crise de 13 anos atrás.

Segundo relatório mensal do ONS divulgado ontem, as chuvas previstas para outubro nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, que concentram os principais reservatórios de hidrelétricas, deverão ser de 67% da média histórica para o período. Assim, o nível de suas represas deverá baixar dos atuais 22,09% para 19% ao fim do mês. Essa queda vem ocorrendo quase ininterruptamente desde junho de 2013, sendo que o último período úmido não conseguiu recuperar os patamares mínimos confortáveis.

“Diante de contexto mais desafiador que o de 2001, o próximo período chuvoso, de novembro a março, será fundamental para evitar problemas de abastecimento em 2015”, avaliou Alexandre Lopes, diretor técnico da Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel). Ele ressaltou que a grande diferença entre os dois piores momentos do setor elétrico nacional é que, no racionamento, houve “pelo menos o bom senso de pedir à população que contivesse o consumo”. “Ao optar pela sustentação da demanda a custos elevadíssimos, o governo criou riscos desnecessários”, acrescentou.
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