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Casos reais – e hilários – ocorridos em condomínios

Parece brincadeira, mas tenho me deparado com cada caso aqui no escritório… 


*Certo dia fiz a seguinte indagação: será que estou advogando para condomínios ou para hospícios? Acho que amo trabalhar para os condomínios justamente por conta da oportunidade de acompanhar situações deveras inusitadas, que me permitem conhecer e conviver com a diversidade humana em sua plenitude.

Vou narrar dois “causos” que realmente são de chorar (de rir).

Em um condomínio de luxo, recém entregue pela construtora, o fluxo de prestadores de serviços (pedreiros, marceneiros, gesseiros, montadores de móveis, etc.) era muito grande.

Em um dos apartamentos, a proprietária, muito excêntrica, resolveu mandar quebrar o banheiro e instalar uma bela banheira com estilo ofurô, para seus longos banhos.

Eis que o pedreiro contratado para executar os serviços compareceu no dia marcado e, quatro dias depois, a obra estava concluída. Todavia, um pequeno equívoco aconteceu: a bela reforma fora executada no apartamento 31 e não no 21. Resultado: o pedreiro nada recebeu; a proprietária do apartamento 21 ficou enlouquecida e o mocinho do 31 toma longos e memoráveis banhos em sua bela banheira. E, para finalizar, porteiro e zelador foram demitidos.

Recém casada, uma moça recatada mudou-se para São Paulo com o marido. Uma bela mulher, com

aproximadamente 25 anos de idade. O marido trabalhava muito e quase não parava em casa. Ela,

ainda sem emprego em São Paulo, passava o dia todo no apartamento.

O vizinho de porta era um jovem rapaz solteiro, com hábitos totalmente contrários às regras da boa vizinhança. Ouvia o som sempre em alto volume, promovia festas em seu apartamento e desrespeitava sistematicamente as normas do condomínio. Indignada, nossa personagem tentou dialogar com ele e, como de nada adiantou, reclamou ao síndico.

Após reuniões, pedidos e advertências, que de nada adiantaram, o condômino foi multado reiteradas vezes. Certo dia, a tal moça discutiu feio com o vizinho mal educado e quando seu marido chegou em casa, exigiu providências e, aos prantos, pediu que o marido fosse tirar satisfação com o vizinho.

Cansado e sem paciência para tais assuntos, o marido disse que tinha mais o que fazer e um assunto tão bobo motivou uma abrupta separação. Ele voltou para a cidade do interior e nossa brava personagem permaneceu em São Paulo.

Alguns meses depois, para minha surpresa e indignação, recebi um feliz casal em meu escritório, ávidos para realizar o pagamento de uma dívida de condomínio. Era uma sexta-feira, por volta das 17h.

Não é que a moça agora namorava seu vizinho, aquele mal educado! E estavam no meu escritório justamente para pagar as multas, aquelas aplicadas em função das reclamações dela. Dei um belo desconto, fechei o escritório e fui tomar uma gelada e merecida cerveja!

*Por Marcio Rachkorsky
Presidente de Honra da Assosíndicos-SP
Advogado formado pela PUC
Pós-graduado em Direito Contratual pelo CEUSP
Especialista em Condomínios
Comentarista da Rádio CBN – Programa “ Condomínio Legal”
Membro da equipe “ Chame o Síndico” do Fantástico da Rede Globo
Autor do Áudio-Livro “ Tudo que você precisa saber sobre Condomínios” – Editora Saraiva
Membro da Comissao de Direito Imobiliário e Urbanístico da OAB – São Paulo
Coordenador do curso “ Temas jurídicos aplicados aos Condomínios” da Escola Superior de Direito Constitucional
Colunista do jornal Carta Forense
Colaborador e colunista do Jornal do Síndico
Colunista da revista “ Em Condomínios”
Colaborador do Caderno de Imóveis da Folha de São Paulo
Colunista do “ Guia Qual Imóvel”
Palestrante e Conferencista
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