
Mostra de ciência da Escola Técnica de Brasília premiou trabalhos de alunos. Entre os vencedores, está uma cadeira de rodas automatizada a custo acessível, uma lixeira inteligente e um monitor de energia elétrica
Jak Spies, da Agência Brasília | Edição: Carolina Lobo
      Uma cadeira de rodas automatizada, uma lixeira inteligente e          um monitor de picos de energia. Esses foram os três primeiros          colocados na 45ª ETB Mix, uma mostra de ciência e tecnologia que          ocorreu na última semana na Escola Técnica de Brasília (ETB),          localizada em Taguatinga.
        A mostra ocorre todos os anos no espaço, que geralmente expõe          trabalhos de conclusão dos cursos ministrados na unidade, de          eletrônica, eletrotécnica e informática. De acordo com o          professor de automação e robótica da escola, Rogério Antônio de          Lima, o objetivo é integrar projetos úteis e trabalhar na          prática.
      "O objetivo é dar ferramentas para que eles desenvolvam e          cresçam. Já tem muitos alunos nossos que saíram daqui e montaram          empresas, tem gente que já está exportando componentes. Então,          além de ajudar os alunos, a gente ajuda a cidade também",          declara Rogério.
        O professor também ressalta a importância do papel do ensino          público na formação dos alunos e na acessibilidade para a          comunidade. "A gente fala muito de ensino privado e a gente está          aqui com um ensino público de excelência. Geralmente as empresas          e as escolas públicas são quem mais se destacam em pesquisa e          mais retornam para a sociedade. A garotada está aí com um ensino          gratuito, fazendo excelência com o resultado", pontua.
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| Os primeiros colocados na 45ª ETB Mix, mostra de ciência e tecnologia da Escola Técnica de Brasília (ETB) | Fotos: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília | 
O secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação do DF,          Leonardo Reisman, afirma que as escolas técnicas são um modelo          de educação aplicada que surge para resolver as demandas sociais          e que há cada vez mais projetos de dinâmica com avanço de          economia digital, dados e inteligência artificial preocupados          com a sociedade e o meio ambiente.
        "A história do desenvolvimento econômico dos grandes polos de          inovação ao redor do mundo vem, claro, da universidade, dos          investidores desses projetos, do governo, mas, fundamentalmente,          dos empreendedores. Então, esse incentivo à construção desses          projetos em empresas de base tecnológica podem formar          empreendedores, startups e empresas que poderão se tornar nossas          grandes empresas, partindo do educacional proposta pelo próprio          governo", destaca.
        As inscrições para cursar a Escola Técnica de Brasília são          realizadas pelo site. São dois períodos de seleção. Após          anunciadas, as vagas são sorteadas. Os cursos são ministrados          nos três turnos — manhã, tarde e noite —, o que possibilita que          os alunos que estão fazendo o segundo grau possam fazer a Escola          Técnica simultaneamente.
      Eletricidade na roda
        Uma cadeira de rodas automatizada custa no mercado, em média,          cerca de R$ 12 mil. Com R$ 3.800, os alunos conseguiram          desenvolver um modelo funcional e, com ela, ficaram em primeiro          lugar na mostra ETB Mix.
        | "O nosso projeto foca na simplicidade e também na acessibilidade", afirma um dos desenvolvedores da cadeira de rodas automatizada, o estudante de eletrônica Pedro Carneiro | 
Um dos desenvolvedores do protótipo foi o estudante de          eletrônica Pedro Carneiro. De acordo com ele, a ideia principal          era ajudar a comunidade, construindo a cadeira como uma forma de          viabilizar a mobilidade dos deficientes físicos. "O objetivo          principal é que a cadeira de rodas no mercado não é tão          acessível para todo mundo. Então, a gente pensou em criar uma          cadeira de rodas de baixo custo que possa ajudar a todos os          deficientes físicos, principalmente cadeirantes. O nosso projeto          foca na simplicidade e também na acessibilidade", pontua Pedro.
        O grupo utilizou peças de hoverboard, pneus de bicicleta para          adaptação em diferentes terrenos, além de duas rodinhas atrás          devido ao torque do motor. Um controle joystick também foi          adaptado de uma forma simples para o controle do cadeirante, de          forma que ele possa se locomover.
        Os estudantes pretendem dar continuidade ao projeto e buscar          patrocínios, adicionando sensores especiais para facilitar o          trabalho de cuidadores, aplicando até o uso de avisos por SMS.
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| Werlei Dias e Paulo Henrique Alcântara, criadores da lixeira inteligente, que ficou em segundo lugar na 45ª ETB Mix | 
"Uma pessoa conversou conosco no dia do projeto sobre o quanto facilitaria para a mãe dela, que tem problema de mobilidade. Ela teve um AVC e só usa uma mão. Então facilitaria, porque quando ela passasse a mão na frente da lixeira, já abriria e ela conseguiria colocar o lixo, sem precisar soltar o lixo no chão", exemplifica Werlei.
| Wilber Oliveira Cerqueira, ao lado de Mônica Caetano, criadores do 'tensor', diz: "É um projeto muito interessante do ponto de vista de custo e utilidade" | 
Já em terceiro lugar ficou um aparelho capaz de monitorar picos        de energia, desenvolvido pelo estudante de eletrônica Wilber        Oliveira Cerqueira e pela estudante de informática Mônica Caetano.
        
O tensor, como foi batizado, foi desenvolvido para o público em geral, funcionando como um medidor de tensão que registra hora, data e valores de picos e quedas de tensão elétrica. Caso aconteça uma queda que estrague um aparelho eletrônico, por exemplo, há uma prova de que a queda de energia foi a causa do desligamento de energia repentino.
        
"É um projeto muito interessante do ponto de vista de custo e utilidade, porque agora é possível receber um ressarcimento com base em provas do relatório gerado pelo 'tensor'. É um projeto que alcança várias pessoas, não é só para pessoas com poder aquisitivo maior, por ter um baixo custo de produção", acentua Wilber.
    
O tensor, como foi batizado, foi desenvolvido para o público em geral, funcionando como um medidor de tensão que registra hora, data e valores de picos e quedas de tensão elétrica. Caso aconteça uma queda que estrague um aparelho eletrônico, por exemplo, há uma prova de que a queda de energia foi a causa do desligamento de energia repentino.
"É um projeto muito interessante do ponto de vista de custo e utilidade, porque agora é possível receber um ressarcimento com base em provas do relatório gerado pelo 'tensor'. É um projeto que alcança várias pessoas, não é só para pessoas com poder aquisitivo maior, por ter um baixo custo de produção", acentua Wilber.



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