
Região hidrográfica amazônica foi a que apresentou maior incremento na malha navegada
Por Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ)
      A Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ)          aprovou, nesta quinta-feira (1º/02), estudo que atualiza os          dados da matriz de transporte hidroviário de origem/destino das          cargas e passageiros nas Vias Aquaviárias Interiores          Economicamente Navegáveis (VEN). A aprovação ocorreu durante a          558ª Reunião Ordinária de Diretoria (ROD) da Agência.
        O Estudo, realizado bienalmente, traz a atualização dos dados          sobre a prestação de serviço de transporte aquaviário nas vias          navegáveis, a partir de levantamentos feitos em bases de dados          da ANTAQ e informações obtidas do Departamento Nacional de          Infraestrutura de Transportes (DNIT). O período analisado nesta          edição foi o ano de 2022, que indica uma extensão total estimada          de 20,1 mil km de vias economicamente navegáveis no país, um          crescimento de aproximadamente 5% em relação à extensão estimada          no estudo de 2020.
        Em números, o crescimento da malha hidroviária foi de 958 km.          Com a atualização dessa estimativa, a relação entre a malha          hidroviária economicamente navegável atualmente, de 20,1 km, e          aquela prevista no Plano Nacional de Viação (PNV), de 41,7 km,          passou de 45% para 48%.
        A região hidrográfica que apresentou crescimento mais          expressivo foi a Amazônica. Dos 958 km de incremento no percurso          nacional, 763 km estão inseridos nessa região, com destaque para          o transporte longitudinal de passageiros e misto. O estudo          enfatiza que muitas localidades da Região Norte do Brasil são          acessíveis apenas por aeronaves de pequeno porte e pelos rios, o          que dá a dimensão da relevância do transporte aquaviário no          Norte do país.
        Para a relatora do processo na ANTAQ, a diretora Flávia          Takafashi, cabe destaque a relevância desse tipo de levantamento          realizado pela Agência, pois permite oferecer ao setor como um          todo, desde o formulador de políticas públicas ao setor          produtivo, um diagnóstico sobre a extensão das hidrovias, bem          como o potencial de exploração econômica do modal, que hoje          representa 6% da matriz de transporte de cargas.
        "No âmbito das políticas públicas setoriais, a ANTAQ vem          atuando em prol da viabilização de uma infraestrutura          hidroviária condizente com as necessidades do Brasil. Como poder          concedente da infraestrutura aquaviária, a Agência tem promovido          importantes tratativas junto ao Ministério de Portos e          Aeroportos (MPor) para colocar em prática as proposições          endereçadas no Plano Geral de Outorgas Hidroviário, aprovado em          2023, que por sua vez utilizou como subsídio o Estudo das Vias          Aquaviárias Interiores Economicamente Navegadas de 2020",          afirmou a diretora.
        Ações de curto e longo prazo
        O Estudo das Vias Aquaviárias Interiores Economicamente          Navegadas aprovado hoje salienta ações e projetos de curto e          longo prazo voltados ao fomento do modo hidroviário. No curto          prazo, destaca-se a autorização para construção e exploração dos          Terminais de Uso Privado na região de Cáceres/MT e as obras de          dragagem do Rio São Francisco no trecho entre Ibotirama e          Petrolina, além da bacia da Lagoa Mirim/RS. Juntos, esses          projetos acrescentarão aproximadamente 1.500 km de vias          economicamente navegáveis.
        No longo prazo, os resultados das análises indicam que o          aumento da malha economicamente navegável requer a construção de          eclusas, como Itaipu no rio Paraná, que permitiria a navegação          entre Buenos Aires e Pederneiras no interior de São Paulo,          eclusas nas usinas hidroelétricas de Santo Antônio, Jirau e da          binacional Brasil-Bolívia (em planejamento) no rio Madeira que          possibilitaria a navegação desde a Bolívia até a foz do rio          Amazonas e a construção de barramentos com eclusas na bacia do          rio Tapajós que tornaria possível a navegação desde a região de          Alta Floresta no estado do Mato Grosso e o porto de Vila do          Conde no município de Barcarena no Pará.
        O Estudo traz, ainda, análises detalhadas sobre todas as          regiões hidrográficas brasileiras.
        PGO Hidroviário
        Em outubro de 2023, a ANTAQ e o MPor lançaram o 1º Plano          Geral de Outorgas Hidroviário. Elaborado pela Agência e aprovado          pela pasta supervisora, o plano tem como principal objetivo          aumentar a competitividade e o desenvolvimento da matriz de          transportes brasileira. Ainda no ano passado, foi aberto          chamamento público para receber estudos voltados ao projeto da          Hidrovia do Paraguai do trecho localizado entre Cáceres/MT e a          foz do Rio Apa, na divisa com o Paraguai. São também projetos          prioritários do PGO os estudos que fundamentarão as concessões          das hidrovias do Rio Madeira, Lagoa Mirim e do canal da Barra          Norte do Rio Amazonas.
        Com o intuito de viabilizar a implantação de hidrovias          estruturantes no país, a ANTAQ trabalha em modelos de concessão          que atendam ao interesse social e às necessidades do mercado. A          fim de qualificar seu corpo funcional quanto a aspectos          econômicos de engenharia, ambientais, entre outros, no final do          ano passado, a Agência firmou parceria com a USACE, o Corpo de          Engenheiros do Exército Americano, entidade responsável por          gerir todo o Vale do Mississipi desde 1824.
      
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