Família Bolsonaro mira o Senado em 2026: projeto de poder preocupa especialistas

O ex-presidente Jair Bolsonaro prepara uma ampla estratégia para as eleições de 2026 que, segundo aliados, tem como principal objetivo garantir influência direta no Senado Federal

Arte: Pedro Lopes.

A proposta envolve lançar três filhos de Bolsonaro e a ex-primeira-dama em candidaturas ao Senado, transformando o projeto político quase em uma "oligarquia familiar", como já apontam críticos.

Pelo planejamento em discussão, o senador Flávio Bolsonaro disputaria a reeleição pelo Rio de Janeiro, consolidando sua permanência na Casa. Carlos Bolsonaro, atual vereador do Rio de Janeiro, seria lançado ao Senado por Santa Catarina — estado com o qual tem pouca ou nenhuma ligação política. Já Eduardo Bolsonaro, que nos últimos meses tem mantido atividades discretas nos Estados Unidos, seria candidato ao Senado por São Paulo. Por fim, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro tentaria uma vaga representando o Distrito Federal.

A manobra familiar vem gerando fortes críticas nos bastidores políticos e também entre analistas. Apesar de Jair Bolsonaro ter se notabilizado pelo discurso de renovação na política e combate a antigas práticas de poder, o movimento atual parece ir na contramão desse discurso.

Para o jornalista e cientista político Paulo Melo, o projeto de poder da família Bolsonaro preocupa: “Isso é um atraso, é um absurdo. Bolsonaro sempre disse que defendia a renovação na política, mas agora tenta transformar o Senado num projeto familiar. O Senado representa os Estados da Federação. O que, por exemplo, Carlos Bolsonaro conhece de Santa Catarina? Nada. Se foi lá, foi a passeio. O Brasil precisa de ideias, de propostas concretas, não de uma única família controlando o Senado. Apesar disso, é inegável que todos têm boas chances eleitorais, dada a força do bolsonarismo em vários estados.”

A investida da família Bolsonaro, caso bem-sucedida, poderia garantir enorme poder legislativo e político para o ex-presidente, permitindo forte influência sobre temas estratégicos no Congresso Nacional e mantendo protagonismo eleitoral até 2030.

Setores da oposição já avaliam estratégias para conter o avanço do projeto. Líderes de partidos de centro e centro-direita alertam que, além da concentração de poder em uma única família, o movimento pode comprometer a diversidade de representatividade que o Senado deveria garantir.

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