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Risco de AVC dobra entre fumantes, alerta especialista

 

O neurocirurgião Dr. Victor Hugo Espíndola destaca os perigos associados ao tabagismo e uso de cigarro eletrônico


No dia 31 de maio, quando é celebrado o Dia Mundial Sem Tabaco, reforçam-se os alertas sobre os impactos do tabagismo na saúde. O cigarro tem em sua composição mais de 4,7 mil substâncias químicas, das quais, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 250 são comprovadamente nocivas e pelo menos 70 são agentes cancerígenos. O tabagismo é responsável por mais de 8 milhões de mortes por ano no mundo, sendo uma das principais causas evitáveis de morte, de acordo com a OMS e o Instituto Nacional de Câncer (INCA).

Além dos riscos amplamente conhecidos de câncer e doenças respiratórias, o cigarro representa uma ameaça direta ao sistema cardiovascular. Dados da OMS e da OPAS (Organização Pan-Americana da Saúde) indicam que o tabagismo aumenta em até 2,5 vezes o risco de desenvolver Acidente Vascular Cerebral (AVC) em comparação com não fumantes.

De acordo com o Dr. Victor Hugo Espíndola, neurocirurgião e especialista em doenças cerebrovasculares, fumantes têm duas vezes mais chances de sofrer um AVC. "O cigarro contém substâncias que atuam na parede das artérias, enfraquecendo-as e propiciando a formação de placas de gordura, podendo obstruir as artérias e interromper o fluxo sanguíneo, levando ao infarto ou AVC", explica o médico.

O uso de cigarros eletrônicos, erroneamente visto como alternativa mais segura, também carrega riscos expressivos. Estudos recentes publicados pela American Heart Association e reconhecidos pela OMS mostram que usuários de cigarros eletrônicos têm risco 15% maior de sofrer AVC antes dos 50 anos. “Esses dispositivos contêm nicotina e outras substâncias tóxicas que comprometem a saúde vascular, além de gerar dependência”, alerta Victor Hugo.

Outro dado alarmante é o impacto sobre os fumantes passivos. Segundo o INCA, cerca de 1,2 milhão de pessoas morrem todos os anos em decorrência da exposição à fumaça alheia. “Fumantes passivos, aqueles que inalam a fumaça do tabaco emitida por outros, também podem sofrer com problemas cardiovasculares, respiratórios e até desenvolver câncer”, reforça o neurocirurgião.

A boa notícia é que parar de fumar traz benefícios quase imediatos. Conforme dados do INCA, 20 minutos após parar de fumar, a pressão arterial e os batimentos cardíacos começam a se normalizar. Após um ano, o risco de doença coronariana cai pela metade e, após cinco a dez anos, o risco de AVC pode se igualar ao de uma pessoa que nunca fumou.

Para o médico, a abordagem multidisciplinar é essencial. "O combate ao tabagismo exige o apoio de profissionais de saúde, incluindo médicos, psicólogos e terapeutas. Existem tratamentos seguros e eficazes para cessação do tabagismo, que incluem acompanhamento psicológico, medicamentos e terapias de reposição de nicotina", orienta.

Por isso, é fundamental saber reconhecer rapidamente os sinais de um AVC. A sigla SAMU pode ajudar: Sorria, observando se há assimetria no rosto; Abrace, pedindo para a pessoa levantar os dois braços e verificando se um deles não responde; Música, solicitando que repita uma frase ou cante algo, percebendo se há dificuldade na fala; e, por fim, Urgente, pois na presença de qualquer um desses sinais, é essencial acionar imediatamente o serviço de emergência pelo número 192. Lembrando sempre que, em casos de AVC, tempo é cérebro, quanto mais rápido for o atendimento, maiores são as chances de recuperação e menores os riscos de sequelas.


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