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Associações e entidades do DF sugerem administradores regionais

Ação se baseia em promessa de Rollemberg; moradores questionam listas.

Transição diz que vai ouvir sugestões e divulgar resultado ainda neste mês.

Em resposta a uma promessa de campanha do governador eleito Rodrigo Rollemberg, moradores do Distrito Federal começaram a elaborar, por conta própria, listas tríplices com indicações para administradores regionais. A elaboração dos documentos tem gerado discórdia entre associações e lideranças regionais, que discordam dos métodos utilizados.

"A gente espera que essas eleições sejam uma coisa séria, que o governador crie um grupo de trabalho e divulgue as regras da escolha", afirma a síndica do condomínio Amobb no Jardim Botânico, Ana Lourdes de Castro Miranda. Ela diz que a associação dos síndicos da região convocou uma eleição por conta própria e definiu as regras em uma reunião privada, em um escritório de advocacia no Lago Sul.

"O edital foi criado no dia 18, a inscrição para concorrer à lista foi aberta no dia 19 e só ficamos sabendo de tudo por um e-mail no dia 21. É muito esquisito, mas mesmo que tivessem respeitado os prazos, seria inconstitucional. Não se pode fazer eleição de cargo público sem o Tribunal Superior Eleitoral", diz Ana Lourdes. 

A presidente da Associação Comunitária dos Condomínios do Jardim Botânico, Viviane Fidelis, afirma que a lista funciona apenas como sugestão. "Já encaminhamos um documento semelhante ao Agnelo, mas nunca fomos ouvidos, a indicação sempre foi política. Como o Rollemberg se comprometeu a ouvir os moradores, tomamos a iniciativa". A eleição foi realizada na segunda-feira (1º).

Segundo Viviane, a autora da reclamação foi a única a se opor ao processo, em uma reunião que teria envolvido mais de cem lideranças regionais do Jardim Botânico e de áreas próximas, como Altiplano Leste, Tororó, São Bartolomeu e Dom Bosco. "Tivemos dez inscritos na eleição, incluindo moradores que não são síndicos. Vamos encaminhar como sugestão, não estamos respondendo a um pedido e nem queremos impor um nome", afirma.

Documento elaborado por associação estabelece regras para 'eleição' de administrador regional no Jardim Botânico, no Distrito Federal.

Iniciativa popular
A eleição informal no Jardim Botânico não foi a única organizada desde a eleição de Rollemberg, em outubro. Líderes comunitários de Samambaia, Ceilândia e Planaltina também já se articulam para encaminhar os nomes ao novo governo.

O coordenador-geral da equipe de transição, Hélio Doyle, afirma que as movimentações são legítimas e que as listas serão levadas em consideração no momento da escolha dos administradores regionais.

"O governador eleito afirmou, durante a campanha, que os primeiros administradores seriam escolhidos por ele, com base em consultas à comunidade. Para ser elegível, o candidato precisa ser ficha limpa e morar na região", explica Doyle. Segundo ele, a iniciativa de organizar listas por conta própria mostra que os cidadãos do DF estão dando respaldo à proposta do próximo chefe do Executivo.

O coordenador da transição afirma que o método de escolha dos administradores não está definido, e que não há garantia de que o escolhido esteja nas listas. "Tudo vai ser levado em consideração, seja lista tríplice, indicação de entidades, reunião convocada por líder comunitário. É impossível agradar a 100%. Se uma pessoa não está satisfeita, ela pode se articular com outras pessoas e enviar suas sugestões também", afirma.

O anúncio dos escolhidos deve ser feito até o fim do mês, segundo Doyle. Durante a campanha, Rollemberg defendeu a eleição direta para as administrações regionais, mas disse que escolheria os primeiros nomes até achar o modelo ideal para a escolha popular.
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