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Caixa restringe crédito para imóveis usados

Quem está pensando em comprar imóveis usados financiados pela Caixa Econômica Federal deve preparar o bolso. A instituição controlada pelo Tesouro Nacional reduziu o limite de crédito nessas operações. Isso quer dizer que os futuros compradores terão que dispor de mais dinheiro para dar de entrada na moradia. As novas regras valerão a partir da próxima segunda-feira, 4 de maio.

No caso de casas e apartamentos avaliados em até R$ 750 mil e financiados por meio do Sistema Financeiro de Habitação (SFH), a parcela com recursos emprestados pela Caixa caiu de 80% para 50%. Se o empreendimento custar mais de R$ 750 mil e for financiado pelo Sistema Financeiro Imobiliário (SFI), o limite bancado pelo banco público passou de 70% para 40%.

A justificativa da Caixa para as restrições foi a escassez de recursos da caderneta de poupança, que são vitais para o crédito imobiliário. Com o orçamento doméstico apertado, por causa da inflação alta, os brasileiros estão sacando parte das aplicações para bancar os gastos mensais. Somente nos primeiros três meses do ano, a poupança ficou negativa em R$ 23,2 bilhões.

Segundo a Caixa, o foco neste ano será o financiamento de imóveis novos, com destaque para a habitação popular, ou seja, o Minha Casa, Minha Vida, com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). O banco ressaltou que, no caso dos empreendimentos para a baixa renda, não houve alteração. Destacou ainda que os novos limites valem para os financiamentos feitos pelo Sistema de Amortização Constante (SAC), no qual as mensalidades vão caindo ao longo do tempo.

Na avaliação do Bank of America Merril Lynch, a decisão da Caixa provocará um baque no mercado de imóveis usados, já que poucas famílias têm condições de dar 50% de entrada no negócio. A instituição não descarta mais restrições para moradias novas, uma vez que, neste ano, o banco público já elevou as taxas de juros dos financiamentos duas vezes.

Para a advogada Daniele Akamine, diretora da Akamines Negócios Imobiliários, o ritmo dos financiamentos imobiliário nos últimos anos não acompanhou o da captação da poupança. Ela acredita que, até o fim do ano, é possível que a Caixa feche o crédito para usados caso o saldo da caderneta continue negativo. “Numa situação de crise, como a atual, é melhor continuar com o financiamento de imóveis novos. A construção gera empregos e impacta positivamente a economia”, assinalou.

A advogada ressaltou que a decisão da Caixa abrirá espaço para outros bancos que ainda têm recursos para emprestar, mesmo que a taxas maiores. “Apesar da estimativa pessimista do mercado, de que, em 2016, não haverá mais dinheiro da poupança para o financiamento de imóveis, os consumidores ainda terão essa alternativa”, disse.


O que muda

Brasileiro terá que desembolsar mais de entrada para financiar imóvel usado

Tipo Antes Depois
Sistema Financeiro de Habitação (SFH) 80% 50% 
Sistema Financeiro Imobiliário (SFI) 70% 40% 

Obs: As operações de habitação popular não tiveram alteração

Fonte: Caixa Econômica Federal
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