
Presidente brasileiro diz que não vai firmar acordo para ter prejuízo
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, neste domingo        (3), que caso não haja o acordo comercial entre Mercosul e União        Europeia (UE), não foi por falta de vontade dos sul-americanos,        mas por protecionismo dos europeus. Ontem (2), Lula se reuniu com        o presidente da França, Emmanuel Macron, na tentativa de avançar        com a negociação.
      Por Andreia Verdélio – Repórter da Agência Brasil
      Nos últimos dias, o presidente brasileiro esteve em visita ao        Oriente Médio e, hoje, conversou com jornalistas antes de deixar        Dubai, nos Emirados Árabes, a caminho de Berlim, na Alemanha, onde        tem compromissos da agenda bilateral. A Alemanha é um dos países        que defende o acordo Mercosul-UE.
      "Se não tiver acordo, paciência, não foi por falta de vontade.        A única coisa que tem que ficar claro é que não digam mais que é        por conta do Brasil e que não digam mais que é por conta da        América do Sul. Assuma a responsabilidade de que os países ricos        não querem fazer uma acordo na perspectiva de fazer qualquer        concessão, é sempre ganhar mais e nós não somos mais colonizados,        nós somos independentes, nós queremos ser tratados apenas com o        respeito de países independentes que temos coisas pra vender, e as        coisas que temos têm preço. O que queremos é um certo equilíbrio",        disse Lula.
      O presidente francês é contra o acordo Mercosul-UE, dizendo ser        "incoerente" e "mal remendado". "[O acordo] não leva em conta a        biodiversidade e o clima dentro dele. É um acordo comercial        antiquado e que desfaz tarifas", afirmou Macron, neste sábado.
      Já segundo Lula, a França é protecionista sobre seus interesses        agrícolas. Além disso, o presidente brasileiro defende alterações        em pontos do acordo de livre comércio sobre licitações de compras        governamentais, pois, para ele, é uma política indutora do        desenvolvimento da indústria nacional e oportunidade para pequenas        e médias empresas.
      Aprovado em 2019, após 20 anos de negociações, o acordo        Mercosul-UE precisa ser ratificado pelos parlamentos de todos os        países dos dois blocos para entrar em vigor. A negociação envolve        31 países. Ele cobre temas tanto tarifários quanto de natureza        regulatória, como serviços, compras públicas, facilitação de        comércio, barreiras técnicas, medidas sanitárias e fitossanitárias        e propriedade intelectual.
      "Se não tiver acordo, pelo menos vai ficar patenteado de quem é        a culpa. Agora, o que a gente não vai fazer é um acordo para tomar        prejuízo", completou Lula.
    
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